1 Comentários

domingo, 24 de maio de 2009

JUNIOR MAGRAFIL fala sobre o Cinema em Caxias



"A seguir, o discurso sobre o cinema em Caxias, enviado por Jr. Magrafil para o Seminário Circuito em Construção para a Auto-sustentabilidade Cineclubista, em São Luis."
[...]


Fonte:
http://www.causthica.net
2
Comentários
SARAU UNIVERSITÁRIO



"Aconteceu, sexta-feira, dia 15/05/09, na praça Duque de Caxias, em frente ao CESC/UEMA, a primeira edição do Sarau Universitário Gritando Poesia. Informal e ainda tímido, contou com a participação de alguns estudantes – a maioria do curso de letras – que recitaram poemas, cantaram e dançaram."
[...]


Fonte:
http://www.causthica.net
3
Comentários

terça-feira, 19 de maio de 2009


A latrina, a lua e o escafandro


I

Interações visuais, depois sonoras,
faces desconhecidas, e, após na latrina,
regavam sotaques,
uniam lugares,
iniciavam sentidos, olhares, sensos;
provocavam confiança desconfiada,
e quando asseados,
trilhando o caminho em retorno
ao comunitário do sono,
conversando, conhecendo, concebendo;
concorrendo dermes e epidermes, entre ela;

II

Corria-me por dentro o sangue
com tal rapidez que as carnes
fervilhavam de êxtase, e, assim,
passamos a entender o que ocorria,
na verdade.

III

No silêncio ela dizia:
– Vão-te!
Então, apenas a lua fitava a situação,
somente aqueles pernilongos insanos,
num período hermético,
belo tom discreto de violoncelo,
comprido e rápido;
completo e partido; e logo,
novamente, voltando àquele local
onde ela sonhava,
partiam para um sentir unido
no plano coberto.

IV

Carícias: um quase coito maduro
e inocente e visual, somente,
ao mesmo tempo – presumido;
e nós, dispostos ali até depois,
o tempo ia-se casualmente
e mais um momento raiava.


V

Viam-se em parceria constante;
convenciam-se de que era adequado,
e desde a alvorada até o fim do crepúsculo
não lhes passava nada no leito das idéias
que não fosse o brioso encontro.

VI

Fui levemente domado contigo,
talvez por decência,
talvez por exaustão,
talvez, ou de certo, ainda,
que fosse porque teu sonho e teu sorriso
foram capazes de paralisar-me
e consumir-me aos poucos;
e nesse consumo
(consumação verdadeira dos fogos),
nossas carnes ardiam num atrito
que iniciava pelos lábios.

VII

Cortavam-se com transeuntes doentes,
tentando conhecer o que maldizem,
mas logo, voltavam à consumação
que só o que fazia era ascender;
o tato rastejava,
as mãos sussurravam por entre as vestes;

VIII

Os olhos projetavam cenas eróticas de amor:
um escafandro pessoal que apenas nós,
sendo um, naquele instante,
veríamos numa versão virginal.
Não suportando a força de tanta emoção contida,
transportamo-nos para o único lugar previsto nosso,
durante aquela ferveção de almas
altas e tortas e loucas e tontas,
e que só pôde conter as vestes por segundos;

IX

Lá, defronte a obstáculos humanos,
dispersos em leitos suspeitos de alçarem-se,
o encontro progredia numa clausura
não-cárcere, não-reclusão;
um ponto guardado apenas para eles
e seus desejos doentes
por legítima vontade e disposição.

X

Roçamos os lábios, fervemos o sangue,
cantamos os punhos e as bocas reciprocamente,
e, felizes, sorrimos;
depois, transformamo-nos num emocionante
jogo de encanto e encaixe,
levantando, suando, abaixando, molhando, soando,
elevando aos ares toda essa interação bucólica.

XI

Eram instrumento vivo da excitação,
escravos da dor boa,
convencidos a perpetuar até o fim:
a antiga e fogosa arte orgástica
resultante da atração e repulsão de corpos
quentes e úmidos.

XII

Nesse instante de pino,
entrelaçavam-se os abraços,
as bocas sussurravam palavras
e beijos amantes,
na intenção de guardá-los
no reflexo de seus olhos.


Caxias,
Junior Magrafil (14-04-2009)
0
Comentários

sábado, 16 de maio de 2009


A poça


Acabei de ver um passarinho.
Ele estava bebendo e pulando
numa poça d’água.
Devia estar com sede.
- Lógico? Lógico, não!
- Lógico por quê?
Ele não tinha sede!
Na verdade,
sede tem quem quer água
e não tem;
Sede tem quem vê água
e não pode beber.


Caxias,
Junior Magrafil (indefinido)
0
Comentários
O tempo chamado aurora


Foi um tempo chamado solidão,
que perdido por um tempo novo.
Nova vida, novo amor.
Imponderável: pequeno tempo grande.

É restrito tempo, sei, me comove;
mas extenso sentimento novo.
Toda a vida, a vida toda.
Irreparável: boa e repentina ilusão.

Corre tudo, peito dispara longe,
enquanto olho apressar teus passos.
Rouba o desalento, priva a saudade.
Imperdível: sinto em ti a flor.

Este tempo chamado aurora;
mocidade que veio restaurar a alma.
Certa vez, a toda hora.
Sempre: desejado olhar calmo.


Caxias,
Junior Magrafil (27-11-2007)
 

Copyright © 2010 .: Permita-se :. Poemas de Magrafil | Design by Junior A. Magrafil