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sábado, 22 de agosto de 2009


AmorTecendo

Acontece!
No começo tenso, tece,
quando não,
em mora,
depois namora,
vai embora, mora.
O amor vai tecendo,
enquanto logra
e lembra de quando
a coisa teceu;
logo mais, amortece;
aos poucos fenece
para quando tudo de novo:
embora, vai tecendo;
é o que acontetece.

Caxias,
Junior Magrafil (22-08-2009)
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quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O vôo dos pombos

O pombo-comum ou pombo-das-rochas (Columba livia) é uma ave columbiforme bastante comum em áreas urbanas. Alimenta-se de sementes, grãos e frutas e, nas cidades, do que estiver disponível nas ruas. Os casais são muitas vezes constantes; o macho faz reverências à fêmea e ambos se acariciam na cabeça com freqüentes arrulhos. Quando a fêmea põe os ovos, estes são chocados por ambos para dar origem a novas crias.
Às vezes penso “o pombo parece comigo – pelo menos um pouco”. Aí lembro que não posso voar tão alto quanto ele, nem escutar tão longe quanto. Mas o importante é que tento, tento ser uma pessoa melhor, tento cuidar da minha fêmea com carinho, vou fazer de tudo pra ser mais compreensivo e acolhedor; gosto de dar presentes bem sutis e simples, sentimentais e eternos, daqueles que puxam a mão da emoção pra convidá-la a flutuar um pouco e deixar a razão brincar sozinha.
Todo mundo sabe que prefiro a cidade (p.s.: com clima de cidade, com jeito de cidade, com tudo o que uma pessoa urbana como eu gosta!), por isso canso de ligar com pessoas pueris (porém com a maldade dos deuses) que me circundam. Aí vou atrás do meu paraíso infernal. Vôo pra lá com minhas pequenas asas em busca do sentimento maior.
Depois de passar uma tarde inteira sem entender meus pensamentos, confuso porque não conseguia enxergar as coisas mais de perto, vi que o melhor mesmo é cuidar da nossa casa.
Sabe o que quero agora? Chocar nossos ovos.


Caxias,
Junior Magrafil (20-08-2009)
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segunda-feira, 17 de agosto de 2009


Vômito e Oásis


Viver nem sempre é o mesmo que estar vivo, assim como acertar não significa estar sempre certo, e errar, permanecer no erro. Sabe quando duvidamos do que claramente não se deveria hesitar? Sei que o mundo dá voltas, e nesses giros acabamos ficando tontos, desorientados em nosso próprio eixo e, no fim, tudo é um vômito descontrolado de palavras, expressões, decisões repentinas. O que num segundo é certo, depois de um vômito displicente torna-se errado; então recuperamos as forças, a ressaca de dor passa, e a vida (essa doida frenética!) mostra que era certo mesmo, que o oásis não era miragem. Tudo o que eu queria era ser feliz (tá, já fiquei até abusado de sempre falar isso, né?). Mas será que é tão fácil passar por cima do acaso? Ele está sempre preparado com uma sacola nas costas (daquelas de Santa Claus, sabe?) prontinho pra oferecer surpresas em nosso caminho. Pular por elas pode causar uma fratura, ou mesmo deixar passar algo bom. O problema é quando a surpresa realmente nos surpreende, nos encanta, envolve tanto quanto um doce deletério. E aí lá vou eu correr atrás do tempo perdido, se é que ainda se pode fazer isso. Às vezes é melhor fazê-lo sutilmente, repensar tudo suavemente, virar o caminho e coletar todas as surpresas que pulamos, esbarramos e que nos trouxeram encanto, para devolver ao acaso. Com calma vou retrilhar meu caminho em busca do meu oásis verdadeiro.


Caxias,
Junior Magrafil (17-08-2009)
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quinta-feira, 6 de agosto de 2009


Uma certa macieira


Quando poderei ser seu?
Quando seremos?
Quantas vezes te disse: me sinto feliz?
No fundo nada disso existe,
porque não consigo me desligar do meu mundo sujo,
cheio de chantagens emocionais,
pessoas egoístas que me criaram.
Criaram para ser perfeito,
mas, na verdade, eu bem sei: não existe perfeição.
É só uma idéia lúdica imprevisível.
Um dia eu pensei que eu fosse forte,
mas a minha fortaleza é apenas um Muro de Berlim.
Eu queria empinar-me numa pipa,
voar nela até chegar a você, sem precisar de atalhos:
um caminho direto, sozinho, sem bloqueios, sem família.
Já andei por tantos lugares,
mas prefiro ficar sentado, parado,
embaixo de uma certa macieira ao seu lado,
sentindo o alívio de sua presença,
porque o céu muda de cor com você,
e eu quero assistir ao espetáculo da mudança com atenção.


Caxias,
Junior Magrafil (19-03-2009)
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terça-feira, 4 de agosto de 2009


Síndrome do Amor eterno

A vida é um turbilhão de situações. Quando menos esperamos somos assassinados por notícias flagelantes, ou ressuscitamos com o toque de um novo amor. Se amamos? Posso falar por mim. Sim, eu sempre amo. Amo com tamanha intensidade e nula precaução, que quando o fim chega, parece que não existe mais nada além. Só a dor. Mas olhe, não é exatamente assim. Amamos durante toda a nossa vida, só o que mudam são os nomes. Hoje pode ser José, amanhã João, depois quem sabe até um Junior da vida, mas quem é que pode saber? Por isso sempre ame, ame com muita intensidade, como se fosse a única vez; ame sendo todo amor; ame como amigo, como amante, como irmão, e, finalmente, como companheiro; no entanto sabendo que, na verdade, não será a única vez...e quando acabar, ame de novo...


Caxias,
Junior Magrafil (04-08-2009)
 

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