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segunda-feira, 13 de junho de 2011



Paradoxos


Ando e não sei
se vou parar;
estradas morrem
por trás de mim.

Se continuo,
elas prosseguem
a depressão
de não voltar.

Porque o tempo
não me espera?
As decisões
são simples.

As decisões
são simples,
nós é que não
simplificamos.

Ora, se o leite
cai, derrama
- e não se limpa?
Há esperança.

Por mínima que seja,
há esperança
na canção da brisa
que corre por’qui

Quisera eu ter
a culpa da morte;
só assim sei
que morreria de vez

Porquanto morre-se,
porém, há viver;
há também
vida nova.

Se dou-me
vida nova,
ofereço,
dou-te.


Teresina,
Junior Magrafil (13-06-2011).
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Beijar você


Recomeço dizendo que te amo;
diretamente lhe oferto
e quero fazer que não esqueça
e, sem medo,
que me encontre.

Pode contar comigo,
pois sempre soube
– e agora sei mais.

Por muito tempo segurei
minhas lágrimas incandescentes
só para não te mostrar
tanto anseio.

Toda a água que neste momento
deixo correr está incontida
e livre para te encontrar.

Nem me espere ir embora
porque pode ser melhor assim:
Somente eu, você e seu beijo.
Nunca te deixarei ir, talvez entenda.

Recomece dizendo que me ama;
diretamente me oferte
seus olhos que me dizem
para não ter medo
de sair daqui junto.


Teresina,
Junior Magrafil (07-06-2011).
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Volta


Meu bem, volta a rir de mim,
chama-me de bobo,
diz que sou um palhaço
e pessoa inteligente.

Volta a me olhar
c’aqueles olhos doces
de quem conhece pouco
mas amou só por nada.

Sim, volta a rir de mim,
para que meus prantos cessem
de tanto que te amam
meus olhos cheios.

Volta a me dar achego
nos lençóis das noites
desvairadas e mansas;
e nos teus lábios.

Meu bem, volta a me dizer
palavras cantadas ao ouvido
me devolve ao sonho
que sempre me refazia.

Volta a me dar carinho:
correr os dedos em meus cabelos,
roçar tua boca na minha,
trocar olhares e me amar.

Sim, volta a rir de mim,
para que eu saiba o quanto vale
rir de si mesmo e ser feliz
e, assim, poder te dar em tudo.


Teresina,
Junior Magrafil (07-06-2011).
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domingo, 5 de junho de 2011

A vida vai te dar um pouco de cabeça dura


Com o tempo, ou melhor, com a vida, você aprende muitas coisas. Uma delas é que o que mais importa são os relacionamentos: que você tem com a vida própria, que tem com a natureza, com um outro ser, um outro homem (ou mulher) e, principalmente que você tem com a pessoa que ama – que pode ser uma ou mais de uma (tem gente que diz amar mais de uma; e eu não duvido).
Você nasce e já começa a ver a vida de uma forma programada: azul é pra menino, rosa é pra menina; comer demais é errado, chorar de menos é o melhor; doer é ruim, fazer doer às vezes é um bom escape. Embora isso, viver é a única forma de compreender estar vivo.
Você é “cabeça dura”? Aquelas pessoas difíceis de mudar de opinião? Mudar é bom, mas nem sempre. Ter um pouco de cabeça dura te faz pensar mais sobre o que fazer, o que dizer, e até sobre o “não” disso.
Ame desregradamente? Ame mais que a si? Ame, sim, mas ame como quem vai ao supermercado por aquela necessidade (capitalista) de comer – porque se se tem fome sempre há um pomar grátis. Ame simplesmente porque chorar é bom quando se tem vontade, beber é bom quando se tem sede, descansar (ou dormir um pouco) é bom quando se está estressado.
Amar é uma necessidade humana, não a coloque em outros seres – eles apenas retribuem o carinho. Não seja um “outro ser”, ame por necessidade e não apenas para retribuir com carinho. Uma “cabeça dura” é boa pra isso, pra dar uma pausa e refletir sobre amar e ser amado. Ame muito ou pouco, mas ame. A vida é programada demais para apenas se retribuir uma emoção. É lindo emocionar-se por si só, unicamente pela emoção pura.


Caxias,
Junior Magrafil (05-06-2011).
 

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