Tempo de melodia
Houve um tempo em que as músicas lhe tocavam. Cada letra, cada palavra dava-o chances de evoluir os pensamentos. Os desenhos, até mesmo os mais leves traços de um quadro vagabundo, lhe remetiam algo bom, complexo.
Mas depois da temporada de maus hábitos ele não mais sabia o que era sentir. O tato havia morrido, olfato, paladar, audição, e o mais doloroso, cegou-se para o mundo. Lhe mais importava o que havia construído dentro de si – e para si mesmo.
Pois que um beija-flor botou-se em seu caminho, insistentemente, garantindo-lhes um riso bom – daqueles jamais inventivos. A cada flor que se passava, um beijo; a cada beijo, um suspiro de bons hábitos. Findou-se que ele já seria um novo ser repleto de melodia.
Caxias,
Junior Magrafil (01-04-2011).