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quarta-feira, 30 de dezembro de 2009


Os pássaros da meia noite


Os tempos mudam, as eras passam,
e mais uma história vem pra ser contada.
É assim a toda hora, a cada instante;
ao mínimo segundo de uma ultrapassagem.
Não mais que o ontem, que um dia já foi,
nem menos que o porvir – quem sabe venha.
Instante incerto que, por hora, se exalta;
momento único que a mente exala.
De abraços em abraços, beijos em beijos,
esse período que inspira a todos nós.
Espalha! Alastra todo o sentimento nobre,
revoga os tempos de angústia e mágoa,
degrada as reles e falsas emoções.
Não há falsos encantos numa virada de ano,
pois é uma nova esperança de dias gratos:
o branco da paz que todos tomam pra si,
como um oráculo, como uma imagem,
um eco que ressoa no fundo e belo da alma.
Somos transeuntes em busca do equilíbrio da meia-noite;
na passagem, de mãos dadas, andando pra longe.
Somos pássaros libertos à luz do luar,
alimentados pela luz que está chegando.
Paz e bem, desejando a cada um, a cada ser, a cada alma,
e que o riso não se cale, e que o Amor deixe um gérmen.


Caxias, 20-12-2007.
Junior Magrafil.
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Se aqui nevasse


Noite calma e os sinos tocam:
Os senhores, as beatas, as crianças;
os tambores, serenatas, as guirlandas.
Tudo é belo.

Aqui em baixo, brilham as luzinhas do Natal,
lá em cima, estrelas incendeiam o coração,
mais que tudo, dão vontade à união.
Tudo é belo.

Cantam as crianças, os corais vermelhos:
espalham cantigas de paz e de verdade,
mais que tudo, abrem risos na cidade.
Tudo é belo.

Se aqui nevasse, um branco Natal seria,
mas é colorido, com a cor de cada um:
com cada abraço e alegria, se faz mais um.
Tudo é tão belo.

E as felicidades são trocadas, e os presentes;
Reina a fé, tomam café, e ceiam juntos;
em família, em amigos, em amores – juntos.
Tudo, então, é belo.


Caxias, 20-12-2007.
Junior Magrafil.
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domingo, 27 de dezembro de 2009




Vende-se


Quero entrar no teu vício;
participar intrinsecamente.
Arrependo-me como jamais havia feito,
de não ter escancarado a porta da minha casa,
de ter me calado quando oportuno,
e ter fechado meus ouvidos para teu grito.
Agora sei, agora sei que não posso te deixar assim.
Sabe, minha casa não é minha,
minha chave não é minha,
minha sala-de-estar, minha copa, minha varanda,
meu banheiro, meu closet, meus aposentos.
Nada é meu, nada é meu porque tudo é teu.
Minha morada é tua morada;
talvez agora percebo o quanto não posso te deixar ir;
ou então, vamos vender tudo e correr descalços
unidos por um novo recomeço.


Caxias, 27-12-2009.
Junior Magrafil
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De corpo e cabeça


Acho que sou mais cabeça do que corpo:
corpo tem cabeça,
mas cabeça sem corpo vive,
enquanto corpo sem cabeça, não.
Acho mais digno pensar que fazer:
fazer sem pensar;
pensar e não fazer...
Não, melhor juntar os dois
– porém, com a cabeça.


Caxias, 25-12-2009.
Junior Magrafil.
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O que teríamos


Dou-te as flores que me circundam,
dou-te a paz, a harmonia, o equilíbrio
dum instante ou cousa de viver junto;
dou-te o que jamais ninguém teria,
dou-te, porque nem o sorrir seria tão;
nem o vento, nem um canto, tanto.

Como amar seria um não existir?
Como estar seria um nunca chegar porvir?
Como, e por que não crês?

Dei-te tanto do meu sangue,
dei-te mais que minh’alma,
dei-te e não soube o que era ganhar.
Se cresses simplesmente;
o certo é que teríamos sido,
ao invés de: perdemo-nos as vidas.


Caxias, 26-12-2009.
Junior Magrafil
 

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