quarta-feira, 5 de maio de 2010


Pierrots e Arlequins


Entre pierrots e arlequins;
duplos, cantos, tantos,
não sei o que mais me encanta.

Meu Pierrot é utopia,
tanto quanto, talvez menos,
o meu Arlequim.
O primeiro já foi meu,
o segundo reservou-se a mim;
aquele, há tempos me conhece
e desconhece;
este, porém, há pouco.
São adversos, são belos;
cada um à sua feição
– e causaram-me.
Seus tempos antagônicos,
suas carnes opostas,
seus rostos contrários,
– e suas mãos idênticas.
Eles se encolheram,
o medo medra,
enquanto o sentimento flui.

Pierrots e arlequins são tão diferentes
e tão alucinantes
quanto a minha razão.

Meu Arlequim é charmoso,
tanto quanto, talvez menos,
o meu Pierrot.
Eles desconhecem meu claro amor.
Oras, Colombina é a dúvida!
Eu corro da certeza,
porque o incerto é deleitoso.
Até quando meu amado Pierrot?
Até quando meu desejado Arlequim?
O coração de uma Colombina é dor,
é ainda mais dor que o Amor.
Pierrots e arlequins são tão distantes
quanto a androgenia grega.
Perrots e arlequins completam
uma Colombina imperfeita.


Caxias,
Junior Magrafil (05-05-2010).

2 Comentários:

Andarilho disse...

Quantos Pierrots e Arlequins não existem no mundo querendo dividir o amor de uma Colombina? Lindo poema! Abs

Bruno Carvalho disse...

Adorei seu blog é fascinante, deslumbrante e leva nos refletir sobre cada passo que damos na vida e leva crer que sem amor, compaixão o mundo é um mero vendaval q passo e deixa rastro de desastre. Amei mesmo vc merece ser muito feliz abraços.

Bruno Carvalho

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