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domingo, 28 de novembro de 2010


Meus olhinhos, de tantas lagrimas ficaram pequenos como dois botões. Eles, que já eram rasos, morreram quando tu me deste uma verdade solta, feita sem razão; doente. Bem tu sabes que foi somente uma palavra dita sem pensar. Ela era feia. Então, aqueles meus rasos olhinhos secaram.

Minhas lágrimas reais saltaram de ante de nós graças às palavras mortas e mórbidas – as drogas nos tiraram a razão. Nunca quisera arrancar dores do teu peito, amor, sei bem que além de mim existe o nós; sou seu porque somos sujeitos inteiramente completos a fim de dividir nossas alegrias.

Lembras da beleza? Sim, ela, dizia o poeta, é fundamental - ao olhar de cada um, claro. Somos belos um para o outro, a necessidade mútua nos leva para o infinito estar junto. Que agora saltem apenas lágrimas de alegria. Bonitas.

Falei duras palavras, duras porém doces. Tudo que era cinza após teu beijo tornou-se colorido. Meus dois botões agora deram por encerradas as tristezas, meu coração agora é só alegria. Encerrado o cinza, brilham nossas cores.

E meu coração, que no início foi roubado, agora é dado de bom grado ao meu senhor. A foto mais bonita que eu já fiz foi aquela que em um dia claro você olhava para mim, e toda a matiz de cores possíveis surgiu para te gravar em meus pensamentos.
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Manhã


O vento encaminha-se para mim quando sei que irá voltar. Aquele sorriso esperto, aqueles pêlos em forma de arco por cima do olho atiçado, aquela expressão de ouro do rosto, hão de ver-me em atento espanto, de quando os girassóis reencontram com seu amor ao chegar do dia – raio solar.


Então, que palpitam as palavras, que gestos de zelo contribuem-se a si. É só fitar teus belos ombros escusos e os braços chamando a mim para um achego, que tudo amplifica. Chego, protejo-me em ti, dou tudo de mim neste abraço. Passa o tempo que passar ali estaremos, unidos em qualquer (re)começo.
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domingo, 21 de novembro de 2010


E quando eu devo, respondo? Quando não respondo, evito? Conto contigo para qualquer resolução, justamente porque você é quem pensa para que eu haja corretamente. Não tem aquela música que diz assim: “E eu preciso é de você / Para comigo andar e para me entender / Eu preciso é de você / Pra me acompanhar e pra não me perder”? Pois sim, preciso mesmo. Sabe quando surge um sentimento de perda, daqueles de andar, andar, andar e se deparar a um passo de um abismo – de repente? É tempo de reflexão. Isso dói; mói tanto quanto um coração em dúvida. E quando alguém que te importa mais que a si mesmo te pega pela mão e diz: “Não me importa o passado” ou “Não acredite no que eles dizem / Perceba o medo de amar”. Isso também dói, mas é dor de felicidade. Olhos avermelham, molham; e a boca, antes seca, molha também, e revela um sorriso perene e tranqüilo. É paz de ter certeza por ter tido dúvida – mas é certeza, agora. É amor.
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segunda-feira, 8 de novembro de 2010


Joguete final


Perdiam um, dois, até de três;
jogavam e perdiam em suas mãos.
Agrupados, individualmente, que seja,
todo amor naquele jogo fora.

Ela de um lado, eles do outro;
eles sonhando estar naquele
– e nada.

Mas que por milagre, muda-se o roteiro,
a Dama de Vermelho quer véu branco,
o cavalheiro do outro lado ganha o jogo
e neste lado termina o embate.


Caxias,
Junior Magrafil (02-11-2010).
 

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