Meus olhinhos, de tantas lagrimas ficaram pequenos como dois botões. Eles, que já eram rasos, morreram quando tu me deste uma verdade solta, feita sem razão; doente. Bem tu sabes que foi somente uma palavra dita sem pensar. Ela era feia. Então, aqueles meus rasos olhinhos secaram.
Minhas lágrimas reais saltaram de ante de nós graças às palavras mortas e mórbidas – as drogas nos tiraram a razão. Nunca quisera arrancar dores do teu peito, amor, sei bem que além de mim existe o nós; sou seu porque somos sujeitos inteiramente completos a fim de dividir nossas alegrias.
Lembras da beleza? Sim, ela, dizia o poeta, é fundamental - ao olhar de cada um, claro. Somos belos um para o outro, a necessidade mútua nos leva para o infinito estar junto. Que agora saltem apenas lágrimas de alegria. Bonitas.
Falei duras palavras, duras porém doces. Tudo que era cinza após teu beijo tornou-se colorido. Meus dois botões agora deram por encerradas as tristezas, meu coração agora é só alegria. Encerrado o cinza, brilham nossas cores.
E meu coração, que no início foi roubado, agora é dado de bom grado ao meu senhor. A foto mais bonita que eu já fiz foi aquela que em um dia claro você olhava para mim, e toda a matiz de cores possíveis surgiu para te gravar em meus pensamentos.