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quarta-feira, 25 de junho de 2008

Maria, Mulher-Bittencourt


Vi-te somente por vista:
naquelas vias,
naqueles dias;
de um tempo ainda a te conhecer.

Vi-te, logo, como mestre:
perante mim;
correndo continuamente;
nos sentimentos que lia em aula.

Depois te vi confreira:
quando caminhos cruzados;
quando escrevemos a história.

Então, vi-te como amiga:
ditosa razão, felizes momentos;
feliz também é o tempo de rir contigo.

Maria, Mulher-Bittencourt:
nomeada mãe já no gomo,
mais tarde, fortaleza femínea.


Junior Magrafil (09-05-2008)
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A flor


Não temas, nossa grande flor:
és a razão da vida!
Vale dizer que quando do início,
do broto,
desde lá já cuidas das feridas,
já abraças a existência querida
de tudo que há, e que não há.
Carregas no peito toda dor,
enfrentas teus tropeços com amor,
e vale ainda, que mesmo no fim,
ri com teus filhos;
canta para encantá-los
e guarda com fervor
a vida de cada um.
Como um anjo que guia à noite,
penetra nos corações e na mente
e transborda de alegria,
todo o resto e toda gente.


Junior Magrafil (03-05-2008)
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Guarda-chuva


Cheguei, bem-vindo; e que não fui
àquele destino de praxe que me influi.
Me via completo aos teus beijos, desejo;
me sinto repleto ao teu lado, contigo.

Tua companhia: me faz tão bem.
E mesmo debaixo do teu guarda-chuva;
ela passando, pegando e molhando, às vezes;
me sinto seguro pois gosto de ti.

A chuva uniu nossos jovens espíritos,
e a beleza de tudo ficou em nossos sorrisos,
porque é quando confirmo teu carinho,
e é justamente o caminho que eu preciso.

Admiro teus olhos tímidos e calados;
eles me mostram o sentido do desconhecido;
às vezes com medo cogito: será que quer comigo?
Não sei no que penso, mas penso no que preciso.


Junior Magrafil (10-04-2008)
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domingo, 1 de junho de 2008

O amor é vagabundo


O amor é vagabundo!
Volta e meia promete mundos,
e lá depois corre na face
[o desespero.]
É comum, é natural;
sofrer por quem se ama,
a toda hora o peito inflama.

O amor? É vagabundo.
De certo, ri dos moribundos,
e cá penso no que ainda tece.
[Oh! Desespero!]
Triste fim, é bem banal;
tudo vai pra lama;
história juntos – um dia – erma.

O amor é vagabundo?
Seu princípio é bem profundo,
mas como tudo, não enrijece,
[Ó, Desespero.]
Clamo-te! Isso é real?
Mas vida de quem não ama
é vida pobre, vulnerável, uma rama.


Junior Magrafil (10-10-2007)
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Minha gravidez

Acreditava em feijõezinhos,
plantados em barrigas maternas perfeitas.
Acreditava que cresceriam e seriam paz
– um dia;
Que seriam uma nova humanidade,
um novo prazer comunitário.
Acreditei que fosse possível,
não tão difícil, a metamorfose.
Mas não é.
Cheguei a crer que meu mundo era completo;
pensei que minha infância,
de nariz de palhaço, de colégios privados,
de amor familiar, de proteção,
de tudo que qualquer um quisesse,
fosse verdade absoluta.
Não existe nada absoluto!
Só a afirmação proferida.
Então vi que não fui um feijão,
mas uma fava, lentilha, ou qualquer transgênico.
Minha gravidez foi tez e límpida,
com desejos escamoteados futuros,
tristemente indesejados.
Transgênico que não floresce e não morre
– que pena...


Junior Magrafil (16-03-2008)
 

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