domingo, 1 de junho de 2008

Minha gravidez

Acreditava em feijõezinhos,
plantados em barrigas maternas perfeitas.
Acreditava que cresceriam e seriam paz
– um dia;
Que seriam uma nova humanidade,
um novo prazer comunitário.
Acreditei que fosse possível,
não tão difícil, a metamorfose.
Mas não é.
Cheguei a crer que meu mundo era completo;
pensei que minha infância,
de nariz de palhaço, de colégios privados,
de amor familiar, de proteção,
de tudo que qualquer um quisesse,
fosse verdade absoluta.
Não existe nada absoluto!
Só a afirmação proferida.
Então vi que não fui um feijão,
mas uma fava, lentilha, ou qualquer transgênico.
Minha gravidez foi tez e límpida,
com desejos escamoteados futuros,
tristemente indesejados.
Transgênico que não floresce e não morre
– que pena...


Junior Magrafil (16-03-2008)

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