quinta-feira, 26 de agosto de 2010


O amor


O amor é um guarda-chuvas
em dias de chuva intensa;
é um pôr-do-sol quase nascendo;
música boba em fone repartido.

O amor são mãos dadas,
escondidas do peso de olhares;
são olhos que se batem,
envergonhados; ou não.

O amor é repetição de histórias
quando se pensa que é novidade;
é sussurro de segredos e detalhes
que não importariam – importam.

O amor é uma conversa estranha
que tem graça e bom senso no final;
é um tempo gasto que se ganha bônus
e que se gasta de novo e ganha mais.

O amor é indecisão certa do que faz;
é esquecimento de opiniões terceiras
de quem não entende, porque não mesmo
se entende o bem maior da relação.

O amor é quase um louco suicida,
se entrega, se engana – “opia-se”;
faz as bocas falarem uma só língua,
faz corações trocarem; e o resto.


Caxias,
Junior Magrafil (23-08-2010).

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