quinta-feira, 19 de agosto de 2010


Sinal


Teu homem se veste do nada
correndo sem força p’ra tudo.
Ele não sabe ao certo
se suicida o desejo ou
se mata a meta que tinha
– não mais a tem.

Ele salva a insônia
e afoga indevidamente a ilusão.
Não mais sabe escrever poesia,
não mais sabe levantar do enterro,
não mais sabe
– só cai.

Dorme de tanto acordar;
acorda de tanto mosquito,
mosquito que dói e não teme.

Teu homem cansou de esperar;
resolveu duvidar da forca,
da lança, até do facão.
Ele ameaçou o divino fim e,
quando, enfim, relutou
não houve sinal senão
morrer de amor.


Caxias,
Junior Magrafil (03-08-2010).

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