domingo, 18 de abril de 2010


Certo pé-de-feijão


Caio em tentações obscuras
e tudo parece tão real.
Creio em juntas noites
– nossas peles mortas.
Creio na dor sem, mas doída e boa,
no liso atrito e curvas.
A dor se desfacela ao teu contato
rude, frontal, mas amante.
A dor corrói organelas,
tudo acontece à tua aura em mim.
A espessura do teu contágio,
a despedida do teu sentimento,
o ressoar dos sonhos contigo,
dizem-me a tua calidez.
Sobriedade, solidez,
doces venenos teus
que me circundam
– tuas folhas, teu caule
contaminam-me.


Caxias, 6 de março de 2010.
Junior Magrafil.

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